Por: Alexandra Ebert*
“A comunicação é uma ferramenta extraordinária… Ela tem o poder de
esclarecer, engajar, estimular, realizar, renovar e mais uma dezena de
outros verbos”, de acordo com Lima (1). Então, por que não usá-la como um
instrumento para atingir objetivos organizacionais? Mais do que produzir
veículos internos, a comunicação precisa ser vista como um processo
essencial para alcançar a estratégia do negócio e mobilizar pessoas
principalmente no setor de saúde, no qual o valor humano é o fator
primordial.
Se você precisa integrar públicos, gerar diálogo e provocar mudanças
comportamentais em sua instituição, com certeza, precisa trabalhar a
comunicação interna. A informação publicitária tem o poder de alavancar
oportunidades de negócios. Entretanto, o que muita gente não sabe é que
construir relações significativas com seus colaboradores também tem este
poder.
A criação de elos emocionais entre clientes e organização começa dentro de
casa. Segundo Argenti(2), gerar uma moral mais alta entre os funcionários traz
melhores resultados para a empresa como um todo. Pessoas mais felizes,
motivadas e orientadas refletem um melhor atendimento, uma melhor
negociação e um trabalho mais assertivo, o que é essencial no segmento de
saúde, onde o que está em jogo é a vida humana.
“A comunicação interna do século XXI envolve mais do que memorandos,
publicações e as respectivas transmissões, envolve uma cultura corporativa e ter
potencial de gerar a mudança organizacional”, explica Argenti. Dentro deste
cenário, não basta apenas informar é preciso envolver. Nassar(3) destaca que a
informação transformada em conhecimento é igual ao conhecimento para ação,
para transformação.
E, é exatamente neste quesito que a área de comunicação mais interfere, pois
há uma gama de atividades dentro das instituições de saúde que requerem
modificações. Para um hospital conquistar uma acreditação de qualidade, por
exemplo, muitas vezes, é preciso alterar a sua forma de atuar internamente.
Porém terá que fazer as pessoas acreditarem que tal ação será benéfica para a
entidade, mas também para elas mesmas (que estão de acordo com os seus
princípios). Nesse sentido, personificar a comunicação é essencial (“É para
você!”), assim como obter o incentivo da liderança (é imprescindível para o
sucesso do processo) e medir a eficácia das atividades (pesquisas, focus groups,
etc.). Uma das maneiras para isso é separar a comunicação por fases, sendo cada
uma delas avaliada posteriormente a aplicação. Desta forma, será possível
entender o grau de compreensão do colaborador sobre o tema e o que será
necessário fazer para engajá-lo na causa. Veja:
• Fase 1: Informação: este é o estágio inicial. É quando o funcionário tem o
primeiro contato com o assunto.
• Fase 2: Conscientização: aqui, ele já conhece o tema e tem ciência do que é
necessário fazer.
• Fase 3: Ação: neste momento, ele coloca em prática a informação.
• Fase 4: Internalização: além de conhecer o assunto e agir, ele realmente
acredita que é importante realizá-lo e estimula outros a fazerem o mesmo. É
aonde a empresa quer chegar.
Esse processo mostra que é preciso aproximar a estratégia das pessoas e vice-
versa. “São as pessoas que ao conhecer, se motivar, abraçar e praticar a
estratégia a tornam, de fato, realidade. Comunicar eficazmente a estratégia
implica, entre outras coisas, em criar um sentido para as pessoas”, ressalta
Manzano(4). E este é o ponto a ser alcançado pelas entidades de saúde para
adquirir um ambiente de trabalho dinâmico e humanizado e,
consequentemente, um cliente satisfeito pela experiência que obteve com a
instituição.
LIMA, Samuel de Almeida, in Comunicação Interna – a força das empresas –
volume 5, Aberje Editorial
2- ARGENTI, Paul A., “A construção da identidade, imagem e reputação”,
Editora Campus, 5 edição)
3- NASSAR, Paulo, diretor da Aberje (Associação Brasileira de Comunicação
Empresarial)
4- MANZANO, Renato, Head da Manzano e Associados, “A gestão da
comunicação estratégica da comunicação organizacional – parte 1” – site
www.aberje.com.br
*Por: Alexandra Ebert, especialista em comunicação e marketing no
segmento de saúde/ CEO da Ebert Comunicação. Formada em jornalismo
pela Universidade Metodista e pós-graduada em jornalismo social pela PUC,
com MBA em gestão de comunicação empresarial pela Associação Brasileira
de Comunicação Empresarial (Aberje) e MBA em marketing pela FGV, a
executiva acumula quase 20 anos de experiência na área, além de alguns
prêmios, como Marketing Best pela campanha do Teleton; Aberje pela
campanha de ação social; e da Revista Cobertura, pelo Hospital Santa Cruz,
por inovação em comunicação.